Um aviso aos benfiquistas
O  mesmo Bruno Carvalho que, meses antes, suplicara pelo apoio de algumas  das figuras emergentes do Movimento e que, depois, em campanha, acabou  por escarnecer de algumas delas, para ganhar os votos fáceis de meia  dúzia de apaniguados. O que é verdade é que a situação chegou a parecer  assustadora, porque, no limite, escolher entre Luis Filipe Vieira e  Bruno Carvalho, por muito que isso pudesse doer a alguns dos integrantes  do Movimento, nem devia ser motivo para hesitar.
Acontece,  porém, que essa reunião, mais do que qualquer outra, foi, para mim e  outras pessoas que iniciaram o Movimento, esclarecedora. De um lado, os  que defendiam, como eu, que tínhamos de avançar, se o tribunal  confirmasse a impossibilidade de Vieira se recandidatar e, do outro,  todos aqueles que estavam no Movimento, por ressentimento puro, contra o  presidente do clube. 
Como  sabem, nunca escondi que não simpatizo com Luis Filipe Vieira. E até  tenho razões pessoais para não simpatizar. Quando fui director de  comunicação do Vitória de Guimarães, cheguei a pedir ao presidente do  clube, autorização para não estar presente no jantar de direcções, num  jogo entre ambos os clubes, para não ter de cumprimentar o presidente do  Benfica. Fi-lo, porque não sou hipócrita e porque sei que a antipatia é  mútua e, portanto, não gosto de disfarces de circustância.
Mas  não confundo as coisas. O facto de não gostar pessoalmente de Luis  Filipe Vieira, não pode legitimar qualquer espécie de ataque ao Benfica.  E o que se discutiu, nessa noite, insisto por ressentimento puro, foi  um ataque ao Benfica, porque algumas dessas pessoas, achavam que o  Movimento não devia fazer nada, deixando que Bruno Carvalho se  candidatasse sozinho e até apoiando juridicamente a insistência do  candidato em ganhar as eleições na secretaria, permitindo que um novo  aventureiro chegasse à presidência do Benfica, depois de Vale e Azevedo.  
Recordo  nessa noite a intervenção de Fernando Tavares, sempre uma das pessoas  mais lúcidas do Movimento, ameaçando que ele próprio terminaria a sua  intervenção ali mesmo, nessa noite, se algumas pessoas insistissem em  confundir estratégia eleitoral com vinganças pessoais. Outras pessoas,  como o médico João Varandas, o juiz Rui Rangel, alertaram para os  perigos que seria deixar Bruno Carvalho sozinho, nas eleições. Pelo que,  pela noite dentro, foi fácil encontrar uma larga maioria de benfiquista  que decidiu ir a votos, se se confirmasse, no dia seguinte, a  indisponibilidade de Vieira.
Conto  isto, porquê? Porque Vieira tem muitos inimigos, demasiados inimigos.  Muitos deles, por culpa própria, porque não dá valor às pessoas e a uma  coisa que dificilmente se perdoa...lealdade. E muitos desses inimigos  não lhe perdoam, até ao dia em que o virem sair do clube. Para mim, como  sabem, isso pode nem ser uma tragédia, desde que o clube fique em boas  mãos. E por isso é que os benfiquistas devem ser cuidadosos com a  leitura que fazem do muito que é escrito, na imprensa e sobretudo nos  blogues.
E  principalmente, devem manter o sangue-frio, porque, curiosamente, estas  coisas só acontecem quando o Benfica perde. E quando acontecem, tudo  parece concertado. Há demasiados interesses à volta do Benfica, há  demasiado ressentimento à volta do presidente do clube e, no meio, os  benfiquistas que são muitos, são intolerantes com a derrota e  influenciáveis com o desânimo. 
Para  tudo isto, há  um remédio. É fazer o que eu faço e outros benfiquistas  que conheço. Apoiar a equipa, apoiar o treinador, os jogadores e  acreditar que ninguém perde campeonatos em Agosto. Quanto ao resto,  acreditem no que vos digo, não se metam numa guerra que não é vossa. E  nunca perder de vista que o adversário está situado a Norte e está a   recuperar forças, enquanto os benfiquistas se divertem com este actual  espectáculo fracticida, que ameaça dividir o clube e estagnar as  conquistas.
José Marinho em Mágico SLB 
 

 
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