Melhor guarda-redes do Mundo: Casillas 
Melhor guarda-redes de sempre: Buffon
Melhor treinador que já teve: Aprendi com todos
Melhor defesa do Mundo: Piqué
Melhor avançado que já  defrontou: Messi
Jogo que não  esquece: Despedida do Saragoça (contra o Vilarreal), por ter sido um  momento emotivo com os adeptos a gritar o meu nome.
Quais são as sensações depois  dos primeiros dias a trabalhar no Benfica?
A verdade é que não estava  preparado para a grandeza e para a  dimensão do clube que vim encontrar.  O Benfica é enorme e apesar de tudo  o que me disseram antes de aqui  chegar, o contacto com a realidade  supera qualquer discrição que te  tenham feito antes.
Há alguma coisa que o tenha  impressionado mais nestes primeiros tempos?
As instalações, sem dúvida. Quer  o estádio quer o Caixa Futebol  Campus. Mas, mesmo assim, o Marquês de  Pombal. Foi verdadeiramente uma  coisa de loucos! Todo aquele mar de  gente é algo que marca e que espero  poder viver já esta temporada. Mas  pelo que pude ver no Seixal e por  estes primeiros dias aqui na Suíça,  já deu para perceber bem a dimensão e  o apoio humano que o Benfica tem.
E já consegue  definir a forma de Jorge Jesus trabalhar e lidar com os jogadores?
Sim, claro. Percebe-se que é um  apaixonado pelo que faz, muito  cuidadoso com os pormenores e muito  interventivo. Já deu para ver que é  muito exigente, mas para qualquer  jogador que chegue a este a exigência  deve ser algo natural.
Afirmou que assume a  responsabilidade de ser o guarda-redes  mais bem pago da história do  Benfica. Mas sente-se preparado para as  críticas, num jogo que corra  menos bem, tendo em conta que custou 8,5  milhões de euros?
Acho que os jogadores devem  sempre valorizar as críticas e não ligar  muito aos elogios. Errar é  próprio do futebol e todos erramos, mas os  guarda-redes devem ser  aqueles que erram menos, porque é onde se sente  mais. Estou preparado  para ajudar o grupo a alcançar os seus objectivos.  Os adeptos têm o  direito de “cobrar” dos seus atletas,  independentemente do custo, da  idade, do percurso. Os adeptos têm esse  direito e nós só temos de  corresponder às exigências deles. Eles são os  donos do clube. Podem e  devem exigir.
Sabe que no Benfica existe a  expectativa de ver a equipa  fazer uma boa carreira na Liga dos  Campeões. Não será um desafio  demasiado alto e uma responsabilidade  acrescida para os jogadores?
Quem conhece a história do Benfica também sabe que este é um  clube  habituado a estar na Liga dos Campeões. Anormal foi o que se  passou nos  últimos anos. O que vamos viver esta época deve ser a regra  para um  clube com a dimensão do Benfica. Temos de saber que a nossa   responsabilidade é sempre ganhar, seja a prova que for. Quando falamos   da Liga dos Campeões é evidente que o grau de dificuldade aumente, mas   também temos de ter a ambição e a ilusão de querer ir o mais longe   possível. Já percebi que no Benfica é preciso estar preparado para   ganhar sempre.
Sente que terá que conquistar  a maior parte dos adeptos, que eventualmente não o conhecem assim tão  bem?
É como lhe  disse, estou aqui para ajudar o Benfica e de certeza que é  isso que os  adeptos esperam de mim. Portanto, se fizer o meu trabalho  de certeza  que estarei a fazer o que me é exigido. Tens que fazer bem o  teu  trabalho, essa é sempre a prioridade. Se o fizeres de certeza que  vais  ser reconhecido por isso!
O facto de haver muitos  jogadores a falar espanhol no plantel pode facilitar a sua rápida  integração?
É evidente que  isso é positivo para mim, mas o futebol tem uma  linguagem universal.  Aquilo que verdadeiramente ajuda a uma rápida  integração é uma  estrutura humana do clube, muito profissional e  dedicada. É verdade que  é agradável poder trocar algumas impressões com  pessoas que conheces –  caso do Javi – ou que alguém te traduza uma  palavra ou uma indicação  que nos primeiros tempos ainda não consegues  perceber, mas já pude  perceber que todo o grupo é muito solidário.
O Benfica  inicia a época contra um rival directo. Promete estar à altura de  defender as redes da equipa, frente ao FC Porto?
É para isso que aqui estou.  Sinto que existe cultura de vitória,  respira-se ambição por todos os  lados e há uma ilusão muito grande em  torno da equipa. Portanto, vamos  tratar de começar bem a época trazendo o  primeiro troféu do ano para o  Estádio da Luz.
Júlio César pouco jogou na  época passada e Moreira ainda  menos. O que lhe parece a concorrência  que irá ter na luta pela baliza  do Benfica?
Creio que ambos são excelentes  guarda-redes e partimos todos em  condições de igualdade. Pela minha  parte vou fazer aquilo que me  compete, trabalhar diariamente nos  limites e depois será o treinador a  decidir quem vai ocupar o lugar na  baliza. Vim para ajudar e para  “somar”. O grupo é muito bom.
Conhece Quim,  o guarda-redes titular do Benfica na época passada?
Teve uma grande infelicidade e  quero por isso desejar-lhe que  regresse o mais rapidamente possível à  competição. Foi o guarda-redes  menos batido na Liga portuguesa na  última temporada e isso diz bem da  sua qualidade.
Qual a  principal razão por que aceitou trocar a melhor Liga da actualidade por  campeonato de dimensão muito menor?
É interessante que desvalorizem dessa maneira o campeonato  português,  porque, na verdade, não tenho essa ideia. Quando o Benfica  só consegue  confirmar o título de campeão na última jornada é porque se  trata de uma  Liga muito competitiva. Quando se vê os estádios  portugueses, a sua  grande maioria tem melhores condições que muitos da  Liga espanhola, se  há tantos jogadores portugueses nas ligas europeias é  porque foi a Liga  portuguesa que os produziu! Não troquei nada, apenas  aceitei um convite  irrecusável.
Espanha tem hoje alguns dos  melhores guarda-redes do Mundo:  Casillas, Reina, Valdés, Almunia, para  além de fortes promessas como De  Gea ou Asenjo. Qual é o segredo?
Além de um bom trabalho de  formação, creio que se concentraram num  curto espaço de tempo muito  bons talentos. De nada adianta ter bons  métodos de trabalho se não  existir qualidade, da mesma maneira que se  houver qualidade sem o  necessário trabalho de formação, essa qualidade  vai-se perder. Parece  que houve um encontro feliz destas duas variáveis.
Espanha joga  amanhã a final do Mundial, na África do Sul. Como está a viver o omento?
É especial, de facto. Ficará  para a história de Espanha. Repetir o  sucesso do Euro’2008 no  Mundial’2010 seria fantástico e poucos  acreditavam que fosse possível,  principalmente depois do jogo com a  Suíça. Mas seria injusto isolar o  sucesso do futebol do resto do  desporto espanhol: ténis, basquetebol,  automobilismo e por aí fora.  Houve um investimento sério nas últimas  décadas e agora os resultados  estão à vista.
A Jabulani  tem sido alvo de muitas críticas. Também se queixa?
É uma bola diferente, que  nalgumas situações inverte a trajectória e  dificulta-nos muito a vida.  Mas é a que foi escolhida e não vale a pena  ninguém se queixar. Todos  jogarão com a mesma bola…
Por que motivo ainda não  chegou a guarda-redes de primeiro plano no futebol espanhol?
É sempre uma questão de  oportunidade, mas jogar na primeira Liga de  Espanha é estar nas opções  de primeiro plano. Ter contribuído para que o  Saragoça não tivesse  descido de divisão é algo de que me orgulho e que  motivou o interesse  do Benfica. Faço parte da equipa do Benfica e isso é  o que realmente  importa. É verdade que tive momentos de alguma  infelicidade,  nomeadamente quando estava no Atlético Madrid e me  lesionei, o que  correspondeu à oportunidade do De Gea, que a agarrou e  muito bem. O  futebol é o momento e eu espero corresponder à aposta que  fizeram em  mim.
Por falar em  momento, como é que encarou a recente proposta  que o Benfica recebeu do  Arsenal para a sua transferência? Ficou  surpreendido pelos valores em  causa?
Isso é um tema  que deixo ao cuidado do meu empresário e do clube. Sei  que antes de  aparecer o Benfica havia clubes ingleses interessados, mas  a partir do  momento em que soube que podia vir para Lisboa, nem houve  hesitação,  foi imediato. Cheguei ao maior clube do Mundo e não quero  sair!
Mas aposta  numa passagem longa pelo futebol português ou  admite que este passo  pode ser apenas um trampolim para campeonatos mais  competitivos?
O Benfica não é trampolim, o  Benfica é a piscina! É um clube onde  qualquer jogador ambiciona jogar.  Quando se chega a um clube como este a  nossa vontade só pode ser uma,  ficar cá o maior número de anos que for  possível. Tenho um contrato de  cinco épocas que espero poder cumprir.  Pelos poucos dias que aqui levo  já verifiquei que o presidente coloca a  componente desportiva acima da  financeira e, portanto, só tenho de fazer  bem o meu trabalho e ajudar o  Benfica a ganhar.
Viu algum jogo do seu novo  clube em 2009/10?
Nomeadamente o  jogo de apresentação, porque estive no Estádio da Luz  (n.r.:  Benfica-Atlético Madrid). É sempre um jogo especial, mas o  ambiente de  festa que presenciei, confesso que me impressionou.
Sabe que o  Benfica teve a defesa menos batida da última  época. Pergunto-lhe que  opinião tem dos centrais que vão poder estar à  sua frente, Luisão e  David Luiz?
São dois  excelentes jogadores. Um deles é opção da selecção  brasileira, o que só  por si diz tudo, e o outro dentro em breve também  pode lá chegar, mas  sei que todo o plantel é muito homogéneo.
Que mensagem final gostaria  de deixar aos adeptos do seu novo clube?
Que acreditem no nosso trabalho e  nos apoiem como sei que apoiaram o  ano passado. Podem ter a certeza  que vou trabalhar para honrar a  camisola do Benfica.

 

 
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