Toda a verdade sobre ao ano de fundação do F.C.Porto.
Chegaram-nos às mãos documentos importantes, que demonstram e provam a verdadeira data de Fundação do F.C.Porto, clube fundado por pessoas de bem, trabalhadoras e que nada mais desejavam do que aprender a jogar futebol.
Nos dias de hoje, meia dúzia de pessoas apagaram ou tentaram apagar da história a real data de fundação do clube, tal como apagar da história os nomes daqueles que por bem e com vontade apenas de praticar o bem fundaram o Clube que em tempos foi honesto e que orgulhava a cidade que ostenta o nome:
O Extinto semanário "O Tripeiro", que se devotava com carinho a remexer velharias históricas da cidade do Porto, publicava em 1 de Março de 1926 uma interessante exposição por António Martin, funcionário superior do Governo Civil e sócio fundador do F.C. Porto,. que por ser valiosa e competente, merece ser focada a sua história:
Transcreve-se, portanto como como pormenor elucidativo e preliminar valioso o que nos afirma António Martins:
Por achar interessante vamos descrever como foi organizado o Football Club do Porto, o brilhante grupo desportivo que tanto tem honrado o nome da nossa terra.
Sentimos grande contentamento em fazer esta descrição, não só pela honra que temos em ser um dos instaladores daquele club como também evocarmos uma época saudosa da nossa descuidada mocidade.
Existia há trinta e tal anos, no l'orio, o Grupo do Destino, composto de uma rapaziada alegre, ruidosa, entusiasta, buliçosa, cuja missão, era divertir-se após as horas de trabalho.
Não havia local onde bem se comesse e onde bem se bebesse que o Grupo do Destino não conhecesse!
Rima e era verdade! Aquilo eram bons estomagos e bons gastrónomos! Partidas, piadas, blagues bom humor, tal era o programa do Grupo do Destino.
As suas festas marcavam pela originalidade e decorriam sempre cheias de entusiasmo! Com que recordações lembramos essa mocidade cheia de alegria e entusiasmo!
Um dia, o presidente do grupo, isto pelas alturas de 1904 ou 1905, o saudoso José Monteiro da Costa, foi com seu pai visitar a Espanha, França e Inglaterra.
nas constantes epistolas que nos enviava com notas da sua viagem, descrevia com entusiasmo um jogo de bola a que tinha assistido em Inglaterra, e que logo que chegasse ao Porto nos daria algumas explicações afim de também o jogarmos.
Anunciada a sua vinda um grupo de amigos sinceros, pois Monteiro da Costa de tudo era merecedor, foi espera-lo a Ermesinde. Foi uma alegria doida a sua chegada. Monteiro da Costa, até ao Porto descreveu rapidamente as impressões da viagem, tendo frases as mais entusiásticas, para o tal jogo da bola, que muito o interessara e que era nem mais nem menos que o foot-ball.
Ouvi-lo e resolver que o Grupo do Destino organizasse um grupo de foot-ball foi obra de um momento.
Os presentes já sabiam que com o que fosse resolvido todos concordavam:
a divisa do grupo era um por todos todos por um.
Passados dias organizou-se a reunião magna de todos os sócios para tratar do importante assunto - a instalação do grupo de foot-ball.
Com as Costumadas piadas falecias blagues, etc., apareceram de entrada dois obices a resolver: - 1º, o desconhecimento completo, por parte de todos os sócios de tal jogo, e a falta de capital, pois, com toda a sinceridade o dizemos a maioria dos sócios eram alegretas mas... pobretas!
Como se sabe, no Porto, o foot-ball era quase desconhecido. Somente existiam dois Clubs onde se fazia esse jogo, que eram o Oporto Crickett e o Boavista Foot-ball aquele composto pela rapaziada das casas comerciais estrangeiras desta cidade, e este pelo pessoal da fábrica Graham, na Avenida da Boavista.
Estes Clubs várias vezes se encontraram em desafios nos seus campos de Foot-ball.
Foi logo nomeada a comissão administrativa para dirigir os negócios do club, ficando na presidência José Monteiro da Costa, e como secretário, o autor destas desataviadas linhas.
Nessa ocasião, foi também escolhida a côr da "equipe", e caso curioso apesar da maioria dos sócios instaladores ser republicanos - alguns até comprometidos nas conspirações - a história recaiu no azul e branco, pois eram as cores da bandeira nacional.
Foi alugado um bocado de terreno na rua Antero de Quental, onde os sócios instaladores se iam treinando no jôgo.
Um dia apareceu no club um italiano - Catulo Gadda - empregado na fábrica mariani, ás Devezas disposto a jogar. Foi recebido de braços abertos pois era alguém que conhecia o foot-ball. Era um explendido defesa, pelo pontapé forte que possuía.
Já tínhamos dois onzes, mas pouco fazíamos. Pois se não tínhamos nascido para aquilo...
Certa tarde andávamos no campo treinando, e alguém nos comunicara que um cavalheiro desejava falar-nos. Fomos ter com esse cavalheiro e reconhecemos a vontade que tinha de nos ver jogar.
Mostramos-lhe o pouco conhecimento que tínhamos de foot-ball e passados minutos o tal cavalheiro concordava que realmente ainda estávamos um pouco atrasados na técnica do foot-ball...
Mr. Cassaigne, ilustre súbdito Francês, muito conhecido nesta cidade e que era o cavalheiro que desejou ver jogar, foi muito amável na apreciação que fez do nosso jogo, pois não estávamos atrasados estávamos atrazadissimos...
Conhecendo a boa vontade de mr. Caissagne em prestar-nos os seus serviços, pedimos para tomar a direcao técnica do football, a que acedeu com todo o entusiasmo . Não fomos só nos os , mr. Cassaigne
Entrou para sócio o conhecido desportista Rómulo Torres, que imediatamente propôs também, entre outros António Calem, Antunes Lemos, António Sá, Eduardo Vilares, Nuno Salgueiro, e António Campos, que conheciam muito bem o football António Campos, que conheciam muito bem o football. E, assim com todos estes elementos, j]a se via aos domingos o campo- já agora o tamanho que as regras indicavam todo cheio de uma afluência que ali corria para ver com todo o interesse as varias fases do football. Romulo Torres, sempre disposto a ao levantamento do club, organizava constantes desafios com os dois clubs que existiam o Oporto Crickett e o Boavista, e assim o football Club do Porto inicia a sua carreira auspiciosa.
Dos instaladores ainda sao vivos, parecendo/nos porem que nenhum e sócio Amadeu Maia, jornalista: Cândido Pinto da Mota e Manuel Luiz da Silva, despachantes oficiais: Joaquim Pinto Rodrigues de Freitas, e Álvaro Osório da Silva Cardoso: Industriais: António Moreira da Silva, Joaquim António Mendes Correia António Augusto Baptista Júnior, Comerciantes: Albino Costa e Lopes de Faria, empregados comerciais: Manuel Sacramento, Armador: Joaquim Silva, Negociante: e o autor destas linhas.
E aqui esta como um club organizado por rapazes que ignoravam por completo o que era football tanta propaganda tem feito em prol deste desporto...
Escusado será dizer que com a vida do Football Club do Porto morrem o Grupo do Destino.
Aqueles rapazes que a ele pertenceram e que a morte arrebatou, o preito da nossa sincera amizade.
Fevereiro de 1926,
Antonio Martins
Chegaram-nos às mãos documentos importantes, que demonstram e provam a verdadeira data de Fundação do F.C.Porto, clube fundado por pessoas de bem, trabalhadoras e que nada mais desejavam do que aprender a jogar futebol.
Nos dias de hoje, meia dúzia de pessoas apagaram ou tentaram apagar da história a real data de fundação do clube, tal como apagar da história os nomes daqueles que por bem e com vontade apenas de praticar o bem fundaram o Clube que em tempos foi honesto e que orgulhava a cidade que ostenta o nome:
O Extinto semanário "O Tripeiro", que se devotava com carinho a remexer velharias históricas da cidade do Porto, publicava em 1 de Março de 1926 uma interessante exposição por António Martin, funcionário superior do Governo Civil e sócio fundador do F.C. Porto,. que por ser valiosa e competente, merece ser focada a sua história:
Transcreve-se, portanto como como pormenor elucidativo e preliminar valioso o que nos afirma António Martins:
Por achar interessante vamos descrever como foi organizado o Football Club do Porto, o brilhante grupo desportivo que tanto tem honrado o nome da nossa terra.
Sentimos grande contentamento em fazer esta descrição, não só pela honra que temos em ser um dos instaladores daquele club como também evocarmos uma época saudosa da nossa descuidada mocidade.
Existia há trinta e tal anos, no l'orio, o Grupo do Destino, composto de uma rapaziada alegre, ruidosa, entusiasta, buliçosa, cuja missão, era divertir-se após as horas de trabalho.
Não havia local onde bem se comesse e onde bem se bebesse que o Grupo do Destino não conhecesse!
Rima e era verdade! Aquilo eram bons estomagos e bons gastrónomos! Partidas, piadas, blagues bom humor, tal era o programa do Grupo do Destino.
As suas festas marcavam pela originalidade e decorriam sempre cheias de entusiasmo! Com que recordações lembramos essa mocidade cheia de alegria e entusiasmo!
Um dia, o presidente do grupo, isto pelas alturas de 1904 ou 1905, o saudoso José Monteiro da Costa, foi com seu pai visitar a Espanha, França e Inglaterra.
nas constantes epistolas que nos enviava com notas da sua viagem, descrevia com entusiasmo um jogo de bola a que tinha assistido em Inglaterra, e que logo que chegasse ao Porto nos daria algumas explicações afim de também o jogarmos.
Anunciada a sua vinda um grupo de amigos sinceros, pois Monteiro da Costa de tudo era merecedor, foi espera-lo a Ermesinde. Foi uma alegria doida a sua chegada. Monteiro da Costa, até ao Porto descreveu rapidamente as impressões da viagem, tendo frases as mais entusiásticas, para o tal jogo da bola, que muito o interessara e que era nem mais nem menos que o foot-ball.
Ouvi-lo e resolver que o Grupo do Destino organizasse um grupo de foot-ball foi obra de um momento.
Os presentes já sabiam que com o que fosse resolvido todos concordavam:
a divisa do grupo era um por todos todos por um.
Passados dias organizou-se a reunião magna de todos os sócios para tratar do importante assunto - a instalação do grupo de foot-ball.
Com as Costumadas piadas falecias blagues, etc., apareceram de entrada dois obices a resolver: - 1º, o desconhecimento completo, por parte de todos os sócios de tal jogo, e a falta de capital, pois, com toda a sinceridade o dizemos a maioria dos sócios eram alegretas mas... pobretas!
Como se sabe, no Porto, o foot-ball era quase desconhecido. Somente existiam dois Clubs onde se fazia esse jogo, que eram o Oporto Crickett e o Boavista Foot-ball aquele composto pela rapaziada das casas comerciais estrangeiras desta cidade, e este pelo pessoal da fábrica Graham, na Avenida da Boavista.
Estes Clubs várias vezes se encontraram em desafios nos seus campos de Foot-ball.
Foi logo nomeada a comissão administrativa para dirigir os negócios do club, ficando na presidência José Monteiro da Costa, e como secretário, o autor destas desataviadas linhas.
Nessa ocasião, foi também escolhida a côr da "equipe", e caso curioso apesar da maioria dos sócios instaladores ser republicanos - alguns até comprometidos nas conspirações - a história recaiu no azul e branco, pois eram as cores da bandeira nacional.
Foi alugado um bocado de terreno na rua Antero de Quental, onde os sócios instaladores se iam treinando no jôgo.
Um dia apareceu no club um italiano - Catulo Gadda - empregado na fábrica mariani, ás Devezas disposto a jogar. Foi recebido de braços abertos pois era alguém que conhecia o foot-ball. Era um explendido defesa, pelo pontapé forte que possuía.
Já tínhamos dois onzes, mas pouco fazíamos. Pois se não tínhamos nascido para aquilo...
Certa tarde andávamos no campo treinando, e alguém nos comunicara que um cavalheiro desejava falar-nos. Fomos ter com esse cavalheiro e reconhecemos a vontade que tinha de nos ver jogar.
Mostramos-lhe o pouco conhecimento que tínhamos de foot-ball e passados minutos o tal cavalheiro concordava que realmente ainda estávamos um pouco atrasados na técnica do foot-ball...
Mr. Cassaigne, ilustre súbdito Francês, muito conhecido nesta cidade e que era o cavalheiro que desejou ver jogar, foi muito amável na apreciação que fez do nosso jogo, pois não estávamos atrasados estávamos atrazadissimos...
Conhecendo a boa vontade de mr. Caissagne em prestar-nos os seus serviços, pedimos para tomar a direcao técnica do football, a que acedeu com todo o entusiasmo . Não fomos só nos os , mr. Cassaigne
Entrou para sócio o conhecido desportista Rómulo Torres, que imediatamente propôs também, entre outros António Calem, Antunes Lemos, António Sá, Eduardo Vilares, Nuno Salgueiro, e António Campos, que conheciam muito bem o football António Campos, que conheciam muito bem o football. E, assim com todos estes elementos, j]a se via aos domingos o campo- já agora o tamanho que as regras indicavam todo cheio de uma afluência que ali corria para ver com todo o interesse as varias fases do football. Romulo Torres, sempre disposto a ao levantamento do club, organizava constantes desafios com os dois clubs que existiam o Oporto Crickett e o Boavista, e assim o football Club do Porto inicia a sua carreira auspiciosa.
Dos instaladores ainda sao vivos, parecendo/nos porem que nenhum e sócio Amadeu Maia, jornalista: Cândido Pinto da Mota e Manuel Luiz da Silva, despachantes oficiais: Joaquim Pinto Rodrigues de Freitas, e Álvaro Osório da Silva Cardoso: Industriais: António Moreira da Silva, Joaquim António Mendes Correia António Augusto Baptista Júnior, Comerciantes: Albino Costa e Lopes de Faria, empregados comerciais: Manuel Sacramento, Armador: Joaquim Silva, Negociante: e o autor destas linhas.
E aqui esta como um club organizado por rapazes que ignoravam por completo o que era football tanta propaganda tem feito em prol deste desporto...
Escusado será dizer que com a vida do Football Club do Porto morrem o Grupo do Destino.
Aqueles rapazes que a ele pertenceram e que a morte arrebatou, o preito da nossa sincera amizade.
Fevereiro de 1926,
Antonio Martins